AUSÊNCIA PARA "FÉRIAS"
Caros "oceanos". Vou estar ausente cerca de quinze dias para "férias" na minha mansão em Azeitão. Por favor não me mandem e-mails. Quem quizer aparecer para um copo, é bemvindo. Telefonem antes.
Em 1961, durante o processo que levou à queda da Índia Portuguesa, o então 2º Ten Oliveira e Carmo bateu-se heroicamente, sacrificando a própria vida na defesa de Portugal. Em sua homenagem, a Armada decidiu que o curso a entrar na Escola Naval em 1962 o teria como patrono. Foi o “OC”. Este curso, que desde sempre fomentou e cimentou fortes laços de camaradagem e amizade, vem criar este espaço de contacto, cuidando assim de aproximar o que a lei da vida vai afastando.
Tal como o Silva Nunes comunicou na onda “MUDANÇA DE BLOGUES”, foi criado um novo blogue, o “Água aberta … no OCeano II” cujo endereço é: http://blogueoc.blogspot.com/.
Este velho “Água aberta … no OCeano” congelou. Será mantido apenas como “arquivo”.
Caros "oceanos". Vou estar ausente cerca de quinze dias para "férias" na minha mansão em Azeitão. Por favor não me mandem e-mails. Quem quizer aparecer para um copo, é bemvindo. Telefonem antes.
Na corrente guerra do Libano, uma corveta israelita foi atingida por míssil anti-navio quando se encontrava ao largo de Beirute, o que causou alguma surpresa nos meios militares. Uma investigação preliminar às circunstâncias em que a corveta Hanit sofreu o ataque levou à conclusão de que houve uma falha nas informações. Israel não sabia que o Hizbollah dispunha deste míssil, um Noor de fabrico iraniano derivado do chinês C-802. O navio não tinha activadas medidas de defesa anti-míssil, ECM, ESM ou o Phalanx. Teve sorte em o míssil não ter explodido, matando somente quatro homens e provocado vários estragos.
Dia 30 de JulhoNo dia 28 houve um baile no New Bedford Hotel e um almoço no County North Club. Neste último até joguei golf.
O baile foi muito bom. Dancei com uma portuguesa de sua graça Maria Baptista.
No dia 29 encontrei de manhã um português que andou comigo todo o dia. Tinha três carros, entre os quais um Cadillac, onde acarretava pedras para uma garagem.
A esposa dele, uma americana de 22 anos, era terrível!
Estava marcada a hora da partida para as 19 00, mas com grande alegria nossa foi adiada para a manhã do dia seguinte.
As licenças eram até às 23 00. Como estávamos com o dito português a ver um espectáculo bastante bom, mandámos as chapas para bordo e continuámos a vê-lo.
Nesse espectáculo mandaram oferecer-nos cervejas.
Entrámos a bordo de “salto” mas não houve azar.
Dia 27 de JulhoOntem chegámos a New Bedford. Fomos recebidos com banda de música.
Para começar, ao chegarmos ao cais fomos contra ele de proa. Ainda lhe partimos um bocado.
Estava uma velha portuguesa no cais que dizia que ao Infante, para Borda d’água só lhe faltava o chapéu de sol.
Nunca tinha visto tanta gente no cais.
Dia 26 de JulhoHoje largámos de Bristol para New Bedford.
Ontem fui a Ludlow assistir a um jogo de futebol entre nós e a selecção de lá. Empatámos 0-0.
No intervalo houve exibição de uma banda com rapazes e raparigas, dirigida por uma rapariga, por sinal bastante simpática e bonita.
Na primeira parte esteve sentada a meu lado.
Depois do jantar, ou melhor, o jantar foi interrompido por uma marcha e portanto no meio, houve um curto baile. A portuguesa com quem dancei era de Santarém.
Isto passou-se a cerca de 250 km de Bristol. Nunca tinha visto um autocarro ultrapassar carros em série.
Julgo ser esta a semana apropriada para a publicação deste "post", pois foi mais ou menos por estes dias que, há 42 anos, tudo se passou.
Dia 25 de JulhoNo dia 23 chegámos a Providence. Apesar de cedo, muita gente havia no cais.
Depois de almoçar, fui a uma recepção dada pelo governador do estado de Rhode Island. Depois dela, um padre convidou-me e a mais dois, a dar um passeio pela cidade.
Demos em seguida umas voltas e encontrámos um português que nos levou para bordo.
No dia seguinte estive de serviço. Houve visitas a bordo durante todo o dia.
Às 20 00 acabaram as visitas, só podendo entrar convidados dos oficias e dos cadetes.
Conheci aqui a bordo uma alemã-americana, Jane, bastante simpática.
Ainda não cheguei a perceber se é maneira diferente de ver as coisas ou estupidez dos americanos, mas o que é certo é que já se têm ouvido muitas perguntas esquisitas aqui a bordo, tais como: onde têm vocês os aviões?; em Portugal também há passarinhos?; em Portugal há comboios?; etc. etc. Em contrapartida são extraordinários noutras coisas.
Hoje, não sei porque carga de água, ofereceram-me uns botões de punho e mais umas bugigangas de que não vislumbro a utilidade.
Chegámos há bocado a Bristol. Foram só 2 horas desde Providence.
Não gostei muito de Providence. Espero que Bristol seja melhor.
Nas vésperas de uma partida que nos recorda aquela outra de há 42 anos, aqui está novamente a sempre bela Sagres e o Creoula e uma outra imagem onde a profusão de mastros e vergas nos faz recordar os nomes de Traquetes, Grandes, Mezenas, Velachos, Gáveas, Sobres, Bujarronas, Estais e que mais sei eu ...
Dia 22 de JulhoHá quanto tempo não fixava no papel mais umas impressões desta tão longa viagem![ Não resisto a um pequeno comentário, esperando que o Cruz e o “Anónimo” mo perdoem — por esta página do “diário” comecei a perceber as razões do desejo de anonimato… ]
Hoje, precisamente após a partida da linda e encantadora New York, resolvi fazê-lo.
Vou tentar recordar alguns episódios desde o longínquo dia 14.
Depois de estarmos atracados em Brooklyn, fomos para o “pear” 90 em Manhattan. Sítio bastante melhor e melhor situado. Fomos abastecidos ainda em Brooklyn neste mesmo dia, ou seja, sexta feira dia 17. Como estava de serviço, não saí. Por volta das 18 00 apareceu a bordo a Judy.
No dia seguinte de manhã, pelas 09 00, fui para a Feira Internacional. Que coisa sensacional! Como não relembrar um pavilhão da Coca Cola, do Bell System, de Illinois, de Montana e a grande tenda no da Suiça; aquilo a que eles chamavam almoço; a subida ao ponto mais alto da feira com os bilhetes oferecidos pela gentil porto-riquenha; enfim, um nunca mais acabar.
Igualmente é de registar a vista do cimo do Empire State Building e a sandwich de repolho.
Na largada, no domingo 19, mais barcos e barquinhos nos acompanharam. Houve um em particular, cheio de raparigas, que nos acompanhou até bastante longe.
Na segunda-feira de manhã, chegámos a New London.
Tentei contar os barcos que nos iam acompanhando por EB mas desisti quando ainda não devia ter chegado a meio e já ia em 100.
Admirou-me aquele americano que tinha no jardim as estatuetas da N. Sr.ª de Fátima e dos três pastorinhos. Recebeu-nos muito bem, a mim e ao … e quis que comêssemos em sua casa.
Anteontem, dia 20, fui visitar a vila do século passado de Mystic Seaport. É muito engraçada. Deram-nos mais uns porta chaves.
Ontem, dia 22 houve um baile para nós. Gostei bastante, assim como do passeio depois do mesmo.
Cada vez me convenço mais de que os americanos são como que crianças crescidas. A rapariga com quem estive no baile, Daana, tinha uma “pancada” monstra.
Hoje, à partida, mais lágrimas houve que em New York.
O navio espanhol foi simpatiquíssimo para connosco, ao tocar o hino português ao passarmos por ele.
Alguns de nós, eu incluído, visitámos a cantina da base americana de submarinos atómicos. Mais parecia um armazém que cantina.
Momentos antes da abalada, a nossa coberta parecia o “inferninho” do Custódio de Melo.
O que vai custar é a viagem de regresso.