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Tal como o Silva Nunes comunicou na onda “MUDANÇA DE BLOGUES”, foi criado um novo blogue, o “Água aberta … no OCeano II” cujo endereço é: http://blogueoc.blogspot.com/.

Este velho “Água aberta … no OCeano” congelou. Será mantido apenas como “arquivo”.

sábado, novembro 25, 2006

As Manifestações de Militares

Muito “barulho” e noticia tem proporcionado o recente “passeio” pela baixa lisboeta de militares. E também tenho ouvido muitas opiniões de que aos militares não assiste o direito, nem devem, manifestar-se publicamente. Para mim, isto está muito confuso...
Fui eu, e concerteza todos nós do OC (pelo menos) educados militarmente em que os Comandantes são os primeiros (e se calhar os únicos) que tem por obrigação defender os direitos e legítimos interesses dos seus subordinados. Calha que, em todos estes últimos anos em que tem havido profundas alterações da condição militar, verifico:
a- não ter ouvido um “suspiro publico” ou qualquer intervenção oficial das chefias sobre a matéria, explicando aos seus homens se está certo ou errado o caminho que as coisas levam;
b- que em privado, até os “estrelas”, vão dizendo que os políticos querem dar cabo das FA’s;
c- que, sobre o recente passeio dos militares, o Senhor 1º Ministro veio basear-se em posições dos CEM´s para justificar a sua ilegalidade. Em outros assuntos referentes aos militares não me recordo de recurso a eventuais posições dos Chefes (por exemplo, na necessidade do reequipamento);
d- que a Armada vai levantar rigoroso inquérito, para apurar quem andou a “passear”.

Da minha experiência pessoal, não posso deixar de referir:
- tendo prestado 4 anos de serviço nas então denominadas 1ª e 2ª Repartições do Pessoal sempre fui incentivado a, que na relação com os oficiais , sargentos e praças, para além da observância da lei e regras, ter em conta os interesses e anseios pessoais, única maneira de justificar a não existência de sindicatos de militares;
- depois de ter deixado o serviço activo, a relação de ligação que a Marinha proporciona ou mostra interesse, é um vazio.

Assim sendo, parece-me que, não será com as chefias que os militares poderão contar para defesa da sua condição militar. Ou seja, terão de se haver sózinhos. Melhor me disse um amigo: “As FA’s tem formalmente Chefes, mas que não são Comandantes” .

Será que os OC’s estrelados podem dar uma ajuda e explicar-me?

Comentários:

Em novembro 25, 2006 8:13 da tarde, Blogger Luís Silva Nunes escreveu...

Julgo que tantos os "estrelados" como os "mexidos" podem dar uma ajudinha. No meu "post" de 21Nov também opino que, nas actuais circunstâncias, devem ser encontradas formas alternativas de defesa da condição militar. Por que carga d'água é que os políticos governantes iriam escolher um chefe que pudesse ser uma fonte de problemas (para eles, claro!)? Só se fossem filhos ... de Masoch.

 
Em novembro 26, 2006 12:41 da tarde, Blogger José Aguilar escreveu...

Que os sucessivos governos (e muito especialmente os do PS) têm demonstrado saber lidar muito mal com as estruturas militares, já se sabe há muito. Sempre me pareceu, porém, que a culpa é mútua, e cabe grande responsabilidade aos chefes por esse "divórcio" (ponho-o entre aspas porque é de cerer que desde o 28 de Maio não houvesse casamento). Um caso paradigmático foi a (vergonhosa, porque disfarçada) liquidação do SMO. E também nunca me apercebi de nenhum desmentido formal, por parte dos chefes, ao recorrente argumento dos alegados "privilégios" dos militares. O resultado é que, calando-se sepulcralmente os chefes, forçosamente se erguem as vozes dos que se sentem abandonados e até maltratados. Ora, cada um encontra a voz que pode...
Finalmente, convém aqui registar que ao dizer "chefes" me refiro a todos aqueles que, pela sua posição hierárquica, têm (e tinham) voz activa. Clarinho?

 
Em novembro 26, 2006 8:33 da tarde, Blogger Pires Neves escreveu...

Pese embora possam assistir aos militares as melhores razões neste diferendo, que vêm mantendo em aberto, a propósito da sua carreira e dos seus termos de referência estatutária, ou outra, diria, isso sim, que não há forma alternativa de por eles lutar, que não seja a sede própria e institucional, como é sabido.De facto, é aqui que os chefes militares, qual verdadeiro sindicalista, tem que saber zelar pelos interesses dos seus subordinados. É aqui, e em diálogo franco e aberto, que todas estas questões, complexas e sensíveis, como o são os problemas militares e dos miltares, convenhamos, não podem, não devem deixar de ser tratadas. E têm-no sido, friso, com total abertura, lealdade e sentido de estado, como não poderia deixar de ser. Realço que não tenho procuração alguma das chefias para o dizer, apenas o afirmo e de forma muito convicta o faço. Nem doutro modo poderia ser. Foi assim que aprendi; foi assim que todos nós, militares, do OC ou não, aprendemos; é assim que ainda hoje se aprende e faz, como seguramente se continuará a aprender e a fazer no futuro, e sempre. É da nossa essência. São estes os princípios e os valores, que sendo perenes, cedo nos habituámos a interiorizar e convictamente respeitar. Vias alternativas, ou outras, como queiram, não vejo. Falha minha, com certeza. Uma coisa é certa na rua, sob a forma de manifestação ou passeio encapotado, manipulado, ou não,(e todos nós sabemos que sim e por quem) é que não pode ser. Não fica bem, não é da nossa essência. Não é assim que se repõe a dignidade e o respeito, porventura perdidos. Antes pelo contrário; deste modo avolumar-se-ão os argumentos e as razões que denodamente queremos contrariar. É abrir a imprensa dos últimos dias e não há articulista algum que não perca a oportunidade (dada de bandeja, convenhamos)que não nos caia em cima. "Se queres dar-te ao respeito respeita-te". É bem verdade, como também verdade é, o articulista (e não só)que fala sem saber, que mistura alhos com bugalhos (que não os seus, ou de quem lhes paga, evidentemente), que ataca por atacar, sem objectivo e propósito algum construtivo,apenas, e só, para destruir e magoar.Na mira destes indivíduos, não são só os miltares os alvos,como é sabido; outros são e, convenhamos, que bem conhecidos. Não me alongarei mais, sem antes sublinhar, que na rua, ou na praça pública é que não devem os assuntos militares e dos militares ser tratados. Ninguém aproveita com isso, muito menos os militares, enquanto tal, as Forças Armadas e o País. Este é, sem dúvida,um comentário de Domingo, talvez antes, um desabafo, estrelado, ou mexido, com muito, ou pouco sal, seguramente com pouco, já que a idade não perdoa ... , e mais nada doque isso.

 
Em novembro 26, 2006 9:49 da tarde, Blogger Manel escreveu...

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Em novembro 27, 2006 11:32 da manhã, Blogger Jorge Beirão Reis escreveu...

Gostei muito do comentário do Pires Neves. Só tenho pena que, em vez de comentário, não tivesse sido apresentado como comunicação. Teria mais visibilidade.
Um abraço,

 

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