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Tal como o Silva Nunes comunicou na onda “MUDANÇA DE BLOGUES”, foi criado um novo blogue, o “Água aberta … no OCeano II” cujo endereço é: http://blogueoc.blogspot.com/.

Este velho “Água aberta … no OCeano” congelou. Será mantido apenas como “arquivo”.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Bom dia OC!

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
 Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
António Gedeão, o autor desta bela “Lágrima de Preta” e da “Pedra Filosofal” que marcou a nossa juventude, nasceu há 100 anos.
Professor, pedagogo e historiador da ciência, Rómulo de Carvalho licenciou-se em Físico-Químicas, em 1931, na Universidade do Porto. Começou por estagiar no liceu Pedro Nunes e depois ensina durante 14 anos no liceu Camões. Vai para Coimbra onde permanece oito anos no liceu D. João III, regressando depois a Lisboa, ao liceu Pedro Nunes.
Embora tenha escrito as primeiras poesias aos 5 anos, só aos 50 é que publica o primeiro livro de poemas — “Movimento Perpétuo” —, onde aparece a “Pedra Filosofal”.
António Gedeão morreu em Lisboa no dia 19 de Fevereiro 1997.