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Tal como o Silva Nunes comunicou na onda “MUDANÇA DE BLOGUES”, foi criado um novo blogue, o “Água aberta … no OCeano II” cujo endereço é: http://blogueoc.blogspot.com/.

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quinta-feira, dezembro 01, 2005

Afirmaçon de princípio (O Cravo e a Ferradura, ou a Touca e o Avental)

Mandaram-me uma mensagem de correio electrónico com uma posição aparentemente oficial de uma das Grandes Lojas, das quais não sou cliente (o meu estilo é mais El Corte Inglés). Como a declaração é meândrica e obscura, pelo menos para o meu parco entendimento, apelo para os dotes detectivescos do Perry, que esse sim, é Mason (não confundir com o Kyrie É Mason) para me esclarecer...
Amen.

A Tolerância é um Principio Maçónico, tal como o respeito por todas as Religiões e Crenças



A Grande Loja Tradicional de Portugal - GLTP, acompanha com significativa preocupação, a forma como decorrem os debates sobre uma decisão da Sra Ministra da Educação de ordenar a retirada dos Crucifixos das Escolas Públicas.

Aparentemente na sequência de um alerta da Associação República e Laicidade, o Ministério da Educação recordou Legislação Portuguesa em vigor, para determinar a acima referida orientação.

O principio do respeito à Lei é essencial para a estabilidade das relações entre os cidadãos, pelo que, para a GLTP, não deve ser incentivada qualquer movimentação no sentido do seu não cumprimento o que, como tudo o indica, já está a ser feito.

No entanto, a GLTP entende ser essencial que o princípio da Tolerância deva dominar não só o debate sobre esta matéria, como, sobretudo, a aplicação da Lei vigente.

A Maçonaria, tem uma longa História de combate à intolerância, política, social, cultural e religiosa e a GLTP orgulha-se dessa longa Tradição.

Por isso a GLTP não concorda com a forma como foi aplicado o princípio da Liberdade Religiosa com esta decisão.

É nosso entendimento que a aplicação da Lei da Liberdade Religiosa, essencial para a sustentação de uma comunidade multicultural como a Portuguesa, seja efectiva. No entanto, é também essencial que saibamos, todos, entender as raízes culturais de um País de 8 séculos de História feito e que nasceu e se cimentou no âmbito de uma Matriz Cristã e Católica.

Líderes portugueses como Mário Soares, Sá Carneiro, Freitas do Amaral e Álvaro Cunhal, na estruturação do Regime Democrático vigente assumiram sempre esta Matriz, apesar de nem sempre concordarem com orientações oriundas da Igreja Católica.

O mesmo fizeram, sempre, os Partidos Políticos Portugueses mais importantes.

Aliás, esta Matriz Religiosa não tem impedido de vermos crescer um forte sentido Ecuménico entre todas as Religiões e Igrejas, em Portugal.

Assim, bem recentemente, ao momento da realização do Congresso Internacional para a Nova Evangelização, a GLTP viu, com prazer, larguíssimos milhares de Católicos, orientados pelos seus Cardeais e Bispos presentes, orarem pelo bem dos não Católicos e dos não Crentes, numa demonstração de Tolerância ímpar e que merece este cumprimento e agradecimento publico da GLTP, em particular neste específico momento.

A GLTP, aliás, sendo uma Jurisdição Deísta, tem no seu seio Católicos, Cristãos de outras denominações, Judeus, Indus e Crentes em Deus sem Religião específica, orgulhando-se especialmente de tal e incentivando esta permuta de Princípios e Valores, no mais são convívio Humano e Intelectual.

Desta forma e porque entende que existem outras formas de manter e aplicar o princípio da Liberdade Religiosa nas Escola Públicas, entende a GLTP que se deva regulamentar este mesmo princípio não esquecendo nem a Matriz Católica Portuguesa, nem as restantes Minorias Religiosas, de Crentes e de Não Crentes.

O essencial é que, qualquer Família se sinta representada no espaço publico que uma Escola é e existem meios de o fazer, claros, explícitos e que não anulam esta Matriz de origem, assim como a maioria de Católicos existentes em Portugal.

Por outro lado, dado carácter especialmente sensível desta medida, é fundamental que a mesma não seja assumida como algo meramente administrativo e que resulte de um diálogo nacional, entre Católicos, Crentes e Não Crentes.

A GLTP entende que a existência de um Crucifixo numa sala de aula não pode ser entendido como algo equivalente a um outro material escolar. Compreende também existir ainda alguma crispação, resultante de medidas antigas e intolerantes, também havidas em Portugal contra as Minorias Religiosas e de não Crentes.

Mas entende que um Crucifixo, pelos Valores que lhe estão também inerentes, de Paz e Concórdia entre os Seres Humanos, pode e deve conviver nos espaços públicos que são as Escolas Publicas, com outros símbolos religiosos que façam da Escola um Espaço Ecuménico.



Um diálogo aberto, franco, baseado na Tolerância é essencial nesta matéria, de forma a que não se desenvolvam pelo contrário os discursos agressivos e erróneos que já nasceram, que esquecem, por exemplo, a raiz não Católica nem Cristã da actual Bandeira de Portugal, uma Bandeira Laica Republicana onde não cabem, de forma alguma as Chagas de Cristo, como já foi afirmado, só porque foi assumida também pelo regime seguinte, o da ditadura de Oliveira Salazar.

A GLTP apela pois ao Ministério da Educação que, antes do mais, abra o diálogo a todos os intervenientes neste debate sobre a Liberdade Religiosa para, de seguida, poder regulamentar com Sapiência e Tolerância sobre este Tema.

Pro Grão Mestre

Joffre Justino

Comentários:

Em dezembro 01, 2005 6:21 da tarde, Blogger Luís Silva Nunes escreveu...

Que me desculpe o Mason (Perry) mas não sei se ele, sózinho, conseguirá esclarecer o imbróglio ... que é de monta! Sugiro a chamada aos terços, perdão, aos tércios, dos célebres Patilhas e Ventoinha que são de Matriz e Raiz Lisboeta ... e, mesmo assim, não sei!

 
Em dezembro 21, 2005 9:58 da tarde, Blogger Fernão escreveu...

Talvez aches interessante saber que um antepassado teu ( ou só com o mesmo apelido? )foi iniciado no Grande Oriente Lusitano em 1910 a bordo do crusador Vasco da Gama.
Um abraço
Paiva de Andrade

 
Em dezembro 30, 2005 8:49 da tarde, Blogger José Aguilar escreveu...

Já agora, conta-me mais, Fernão...

 

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