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quinta-feira, setembro 28, 2006

SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO "PATRULHÃO"

2. O EMPREITEIRO

Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) foram fundados em Junho de 1944.Ocupavam, nessa data, uma área de cerca de 35.000 m2, onde exploravam 2 docas secas. Empregavam cerca de 200 trabalhadores.

Em 1950, a empresa H. PARRY & SON, LDA, tornou-se o principal accionista dos Estaleiros.

Em 1971, o Grupo CUF assumiu uma posição maioritária no capital da Empresa, tendo sido elaborado um Plano Director de Desenvolvimento a ser cumprido em 2 fases, das quais a primeira foi praticamente realizada.
Ao abrigo deste Plano Director de Desenvolvimento foi ampliada a Doca nº 1 para as suas actuais dimensões de 203x30 m. Construiu-se a Bacia de Aprestamento com 2 Cais de Amarração com 190 m cada, adquiriu-se um guindaste de 100 tons., e construíram-se novas oficinas com realce para a Pré-Montagem, Caldeiraria Ligeira e Oficina de Encanamentos.
A sua área de ocupação fora gradualmente aumentada, atingindo cerca de 170.000 m2.

Em 1975, a Empresa foi nacionalizada passando a Empresa Pública.

Em 1988, a Administração da Empresa elaborou um novo Plano Director de Desenvolvimento, a ser cumprido em 5 anos.
Ao abrigo deste Plano Director foi construída a plataforma de instalação com 140x30 m, no enfiamento da Doca nº 1, destinada a rentabilizar a exploração desta doca na actividade de reparação naval.
Foi ampliada a oficina de Pré-Montagem e Aprestamento de blocos de 80 m para 140 m, construiu-se o novo Cais de Amarração do Bugio com 300 m de comprimento e construíram-se as novas oficinas de apoio às docas e as oficinas do Polo do Aço, compreendendo a oficina de Corte por Plasma, a Linha de Fabrico Automático de Painéis e as oficinas de Fabrico de Pequenos Conjuntos e de Processamento de Perfis.

Em 1991, os ENVC foram transformados em Sociedade Anónima de capitais maioritariamente públicos.

Actualmente, os ENVC ocupam uma área de cerca de 400.000 m2 e empregam cerca de 900 trabalhadores.
As suas instalações fabris incluem as seguintes estruturas:
1.Duas docas secas, com as dimensões de, respectivamente, 202x32 m e 127x18 m.
2.Uma plataforma de construção no enfiamento da doca maior (a doca n.º 1), com as dimensões de 140x32 m.
3.Uma bacia de aprestamento com dois cais de 190 m de comprimento, cada.
4.Um cais de amarração com 300 m de comprimento.
5.Uma carreira de construção com 120x40 m.
6.Meios de elevação seguintes, com uma capacidade máxima de 180 tons:
 a.Um conjunto de guindastes sobre carris constituído por:
  dois guindastes de 100 tons;
  um guindaste de 50 tons;
  um guindaste de 35 tons;
  um guindaste de 15 tons;
  um guindaste de 12 tons;
  um guindaste de 7,5 tons;
  duas gruas torre de 10 tons;
  uma grua torre de 2 tons.
 b.Um conjunto de meios móveis de elevação e transporte constituído por:
  uma grua automóvel de 50 tons;
  duas gruas automóveis de 30 tons;
  uma grua automóvel de 20 tons;
  um pórtico automóvel de 27 tons;
  um pórtico automóvel de 16 tons;
  uma zorra hidráulica de 40 tons;
  duas zorras hidráulicas de 34 tons;
  duas zorras hidráulicas de 30 tons;
  dois empilhadores laterais de 6 tons;
  dois empilhadores frontais de 4 tons;
  cinco empilhadores frontais de 2,5 tons;
  três plataformas telescópicas;
  quatro plataformas tipo tesoura.
As oficinas, os armazéns, os escritórios e áreas sociais ocupam uma área coberta de cerca de 60.000 m2.
A Empresa possui, ainda, as facilidades seguintes:
1.Uma potência eléctrica instalada de 14 MVA;
2.Uma rede de fluidos com distribuição de água doce, água salgada, ar comprimido, oxigénio, acetileno, propano, argon e anidrido carbónico;
3.Um centro de formação, destinado a reciclar e aprofundar os conhecimentos técnicos dos trabalhadores da Empresa.
No âmbito da capacidade de projecto dos ENVC, os meios seguintes encontram-se disponíveis:
1.Um gabinete de anteprojecto e de estudos técnicos, compreendendo três licenciados em engenharia naval e dois desenhadores projectistas, utilizando meios informáticos de apoio ao projecto nos domínios de arranjos e de cálculos hidrostáticos, hidrodinâmicos, de estruturas e de sistemas de bordo. A este gabinete cabe o apoio técnico nas discussões pré-contratuais e a elaboração do projecto básico, ou de classificação.
2.Um departamento de projecto, compreendendo cerca de uma centena de profissionais de engenharia, incluindo licenciados, bacharéis, técnicos e desenhadores projectistas, dividido em duas secções:
 a.Secção de casco, encarregada do desenvolvimento do projecto de estruturas e de aprestamento do casco;
 b.Secção de aprestamento encarregada do desenvolvimento de projecto dos sistemas de bordo (propulsão, electricidade, comando e vigilância e auxiliares).
De entre os meios informáticos, disponíveis, de apoio ao desenvolvimento do projecto e preparação de toda a informação necessária à produção, destacam-se os programas NUPAS, destinado à estrutura dos navios e CADMATIC, destinado aos sistemas de bordo.
A Empresa tem implantado um Sistema de Garantia de Qualidade de acordo com os requisitos da Norma ISO 9001.
Ao longo dos 62 anos da sua existência, os ENVC construíram e entregaram 220 navios (o último navio construído para a Marinha foi o NRP “Almirante Magalhães Corrêa”, construção n.º 63, entregue em Outubro de 1968). É de salientar que, às construções seguidamente indicadas, foi atribuída por The Royal Institution of Naval Architects, do Reino Unido – a mais prestigiada instituição europeia de Engenharia e Arquitectura Naval – a classificação de “significant ship of the year”:
    C206 “AURORA”, navio químico de transporte de aço sulfúrico e de enxofre líquido, em 2000.
    C211 “VANESSA” e C212 “THAIS”, navios gémeos de transporte de produtos químicos, em 2002.
    C213 “CARMEL ECOFRESH” e C214 “CARMEL BIOTOP”, navios gémeos de transporte frigorífico, em 2003.
    C237 “LOBO MARINHO”, navio de transporte internacional de passageiros e viaturas, em 2003.
    C224 “KIISLA” e C225 “SUULA”, navios gémeos de transporte de produtos químicos, reforçados para anvegação em gelo, em 2004.
    C227 “FS PHILIPPINE”, navio de transporte de produtos químicos, em 2005.
    C234 “ALGARVE CRUISER” e C235 “DOURO QUEEN”, navios hotel, gémeos, de passageiros de navegação costeira, em 2005 (estes classificados como “significant small ships” por terem um comprimento inferior a 100 metros).
Muito naturalmente, este tipo de prestigiosa classificação envaidece os ENVC, os quais consideram estas classificações como os “Óscares” da construção naval civil mundial.
Informação adicional sobre os Estaleiros Navais de Viana do Castelo pode ser obtida no sítio www.envc.pt

Comentários:

Em setembro 28, 2006 11:06 da tarde, Blogger J.N.Barbosa escreveu...

Se são assim tão bons porque é que não fazem os navios?

 
Em setembro 29, 2006 3:26 da tarde, Blogger FdaPonte escreveu...

Então onde se enquadra a limalha nos motores?

 
Em setembro 29, 2006 4:47 da tarde, Blogger Jorge Beirão Reis escreveu...

Respondo à pergunta do j.n. com duas perguntas:
1ª Quem disse que eles são assim tão bons?
2ª Será que não se fazem os navios porque estes não são necessários?

Relativamente à limalha dos motores, espero referir-me a este item lá para o 3º ou 4º subsídio.

Um abraço,

 

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