COM O MAR NÃO SE BRINCA!

Terminou mal 2006 no que ao mar respeita.
Em primeiro lugar curvo-me perante os mortos do recente naufrágio da Nazaré. Vítimas inocentes da bandalheira em que a formação dos marítimos caiu e continua. Nem um colete salva vidas colocado nem um ferro a tentar aguentar a embarcação e provavelmente nem nadar sabiam. Por não renovar cédulas marítimas sem a certeza de que respeitavam as regras bem tive que gramar a incomprensão de muitos e certamente não estou só. Claro que os senhores jornalistas ecoando a parolice habitual se quedaram em deslumbramento com a morosidade dos socorros mas não se questionaram tecnicamente de como foi possível que o acidente acontecese.
Porque sairam com um mar que não o aconselhava, porque com ele assim foram recolher redes, porque provavelmente estavam em zona proibida à pesca com aquelas artes, porque vieram para a praia sem tentar aguentar ao largo, porque não tinham coletes salva vidas, etc. etc.?
E em vez de empregar dinheiro em formação e em meios de salvação modernos gastaram um balúrdio a pôr areia na Caparica, que o mar prontamente levou, quando bastava terem perguntado ao Faustino ( com as novas tecnologias tudo é possível) que ele lhes teria dito que " com o mar não se brinca"!
Comentários:
Resposta imediata do Ministro da Defesa e ..."das Forças Armadas:::":
Sindicância á Marinha e á Força Aérea.
Se forem culpados vão todos para a rua...digo eu
Em todos os desastres marítimos dos últimos anos salta à vista haver incompetência, incúria e irresponsabilidade dos mestres. Nunca vi nenhum julgado e condenado em tribunal por homicídio.Há aqui também um tabu.
Entretanto o PRACE acabou com a Escola de Pesca e Marinha de Comércio!
Viva o Ministério da Agricultura.
É lamentável que haja tanto desconhecimento relativamente aos procedimentos a adoptar em situações de risco! E o mar constitui uma situação de risco permanente.
Não deve haver dúvidas no espírito de ninguém que o primeiro responsável, mas não único, por tudo o que a bordo se passa é o Comandante, Capitão ou Mestre (logo abaixo de Deus).
Responsáveis subsidiários são, por esta ordem de precedência, o Armador, a Autoridade Marítima de Bandeira e, finalmente, a Autoridade Marítima de Porto. Também as Sociedades de Classificação poderão ser, nos casos aplicáveis (nomeadamente quando actua por delegação da autoridade marítima de bandeira), responsabilizados pelos "acidentes" a bordo. Torna-se, assim, relattivamente simples proceder à responsabilização das "entidades responsáveis". Infelizmente, tais entidades estão em posição de evitarem, em casos concretosa assumpção de tais responsabilidades.
Como diria o meu amigo sargento de mar e guerra: É rácico!
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