Paris
Será que, embora com diferentes motivações e intervenientes de outra natureza, estamos perante qualquer coisa comparável a Maio de 68?
onda do Luís Silva Nunes @ 1:39 da tarde comentários = 2 
Água aberta ... no OCeano
Em 1961, durante o processo que levou à queda da Índia Portuguesa, o então 2º Ten Oliveira e Carmo bateu-se heroicamente, sacrificando a própria vida na defesa de Portugal. Em sua homenagem, a Armada decidiu que o curso a entrar na Escola Naval em 1962 o teria como patrono. Foi o “OC”. Este curso, que desde sempre fomentou e cimentou fortes laços de camaradagem e amizade, vem criar este espaço de contacto, cuidando assim de aproximar o que a lei da vida vai afastando.
Aviso aos navegantes
Tal como o Silva Nunes comunicou na onda “MUDANÇA DE BLOGUES”, foi criado um novo blogue, o “Água aberta … no OCeano II” cujo endereço é: http://blogueoc.blogspot.com/.
Este velho “Água aberta … no OCeano” congelou. Será mantido apenas como “arquivo”.
domingo, novembro 06, 2005
Será que, embora com diferentes motivações e intervenientes de outra natureza, estamos perante qualquer coisa comparável a Maio de 68?
Comentários:
Obviamente que há diferenças gritantes entre a actual situação em França e o Maio de 68 ... as motivações e os intervenientes têm outra natureza, como aliás está bem claro na pergunta inicial. As razões para este desastre social estão hoje identificadas e são reconhecidas por quase todos (o desemprego,a marginalização educativa, a exclusão social, entre outras) ... os intervenientes são mais jovens (14, 16, 18 anos) e filhos de imigrantes (3ª geração) desajustados, mal integrados e revoltados.
Mas também existem alguns paralelismos e pontos de contacto com o Maio de 68. Em primeiro lugar Paris, o palco dos acontecimentos (não o Boulevard St. Michel mas a grande Paris, ou melhor, os arredores degradados) e a sua rápida expansão a grande parte da França e não só. Depois o carácter de protesto e recusa da sociedade estabelecida bem como a génese espontânea, brusca e violenta do levantamento, tão ao gosto e tradição dos franceses. Finalmente as consequências que podem, tal como em 68, afectar o Governo e mesmo o PR.
É claro que estou de acordo com a condenação da violência pela violência, gratuita, injusta e inútil em si mesma, mas atenção, a violência é um caminho de dois sentidos ...
Enfim, só me apetece perguntar: que sociedade é esta que se porta tão mal para com uma parte substancial dos seus elementos? E quando falo em sociedade não me refiro só à francesa:
Muito ao correr das teclas ... porque tenho outra coisa para fazer hoje.
Há dois aspectos que gostaria de tratar. O dos objectivos. Dizer que os manifestantes não têm objectivos é capaz de não corresponder à realidade. Possivelmente somos nós que não somos capazes de os formalizar (e eles também não. Mas que têm objectivos e que esses objectivos são mobilizadores disso não tenho dúvidas nenhumas.
O outro aspecto tem a ver com o conteúdo. As formas de 68 e 2005 podem ser parecidas, mas os conteúdos são opostos. Em 68 era a utupia e a esperança que dominavam os discursos, agora é a realidade, o desespero, a impossibilidade de pensar e esperar um mundo diferente.
Há uma coisa que me parece certa ... o repor a ordem (e isso vai acontecer mais dia menos dia) não vai resolver qualquer problema.
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