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quinta-feira, janeiro 11, 2007

O fim da formação da Mestrança e Marinhagem

Para quem tiver paciência, aqui vai a 2ª(e última!)parte

A “Escola de Pesca e Marinha de Comércio” vai desaparecer - II

Esta solução tinha toda a lógica. Centralizou o ensino e a respectiva certificação permitindo pensar que, num futuro, as carreiras da mestrança e marinhagem das diversas marinhas (comércio, pesca , trafego local) poderiam ser intermutáveis. Conjuntamente com a formação nas “actividades conexas”, com a forte cooperação que se desenvolvia com as escolas congéneres dos PALOP´s e respondendo a uma única tutela podia-se afirmar que se estava perante um solução harmoniosa, situação que se manteve enquanto houve Ministério do Mar, estando subjacente que o saber andar no mar é igual para qualquer das actividades que nele se exerça.

Na estrutura do novo governo, decorrente das eleições de 1995, deixou de haver Ministério do Mar e a EMPC passou para a tutela do Ministério da Agricultura, Pesca e Desenvolvimento Rural (o título pode não estar correcto...). Na altura era a minha pessoa Director da dita escola, mas foram infrutíferas as chamadas de atenção para o inconveniente de tal tutela uma vez que nada tinham a ver com o andar no mar e sobre as pescas a única coisa que lhes interessava era, quanto muito, a cor do olho do peixe na lota. Por outro lado, toda a certificação, gestão de carreiras , etc, ficava no Ministério dos Transportes, ministério no qual ficavam inseridos os organismos com quem a EMPC teria de manter relação estreita por via das áreas de formação de que era responsável. A isto acrescia o facto de ser visível que a procura da formação na área das pescas estava a diminuir. Mas nada disto foi considerado importante, nem ao menos dar uma dupla tutela, e a solução foi dar novo nome à escola que passou a designar-se por “Escola de Pesca e da Marinha de Comércio” (EPMC) . –Muito súbtil a reorganização!

Neste contexto foi vivendo a EPMC, vendo rarear os formandos, desaparecendo as ligações aos PALOP´s, a legislação a permitir que para ascender a Mestre não é necessário frequentar nenhum curso (basta ir fazer exame, que a aprendizagem se faz “on-job”!), e continuar sem uma embarcação-esola. Faz muita pena ver uma escola bem equipada com aquela e com uma situação geográfica impar, não ser utilizada em prol do desenvolvimento da cultura naútica em Portugal. Claro que nesta fragilidade, até foi considerada a sua deslocalização para dar lugar à “America Cup”.

Não foi a “América Cup” mas sim o “SIMPLEX” que acaba por derrubar esta instituição! Assim, na reestruturação do Ministério da Agricultura uma das coisas que estava a mais era a EPMC e portanto foi riscada das instituções. Muita conversa e eis que nasceu a ideia de substituir a EPMC e o já atrás citado FORPESCAS por um novo organismo fruto de protocolo entre os Ministérios da Agricultura e do Trabalho. E é nisto que hoje em dia estão os esforçados funcionários dos dois ministérios a tentar encontrar solução.

Considero ser de lamentar profundamente e mais uma vez o discurso não condiz com a acção. Então um País que fala tanto do Mar e o seu Governo considera não ser importante a existência de uma ESCOLA, enquanto instituição autónoma, onde se cultive e transmita a cultura marítima e naútica? Será que o andar no mar agora é fundamentalmente um simples problema de emprego? E depois, é só a Marinha que não consegue explicar porque não consegue salvar seis vidas num desatre no mar junto à praia!

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Comentários:

Em janeiro 11, 2007 10:30 da manhã, Blogger 403 d'62 escreveu...

Tardou mas arrecadou !!!!!!!!!!
Razão tinha o Alm Reis(será o da Av.?)em dar os auspicios que deu quanto à seriadede e pertinencia do "cavalheiro"!!

 
Em janeiro 11, 2007 3:20 da tarde, Blogger J.N.Barbosa escreveu...

Seria interessante o Secretário de Estado da Defesa e Assuntos do Mar explicar como é que tudo isto encaixa na Estraégia Nacional para o Mar e no Livro Verde da U.E.

 

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