Aviso aos navegantes

Tal como o Silva Nunes comunicou na onda “MUDANÇA DE BLOGUES”, foi criado um novo blogue, o “Água aberta … no OCeano II” cujo endereço é: http://blogueoc.blogspot.com/.

Este velho “Água aberta … no OCeano” congelou. Será mantido apenas como “arquivo”.

segunda-feira, junho 26, 2006

Viagem

Idem.

Dia 26 de Junho

Precisamente à meia-noite houve algo que veio quebrar a monotonia dos dias e principalmente da noite. Levantou-se de repente um temporalzinho que apesar de (felizmente) ter tido pouca duração, nos fez meter ao rumo de 180º para dele cavar.
Vieram acordar os que já estavam deitados para ir ajudar à faina.
Carregou-se todo o pano excepto as gáveas e os velachos. Mesmo assim iamos a 7 ou 8 nós.
Choveu torrencialmente. Havia relâmpagos de criar bicho.
Quando entrei de quarto às 04 00 já tudo estava calmo.
Provavelmente só lá para dia 1 é que chegaremos às Bermudas, apesar de hoje já termos andado mais.
O Danemark continua à nossa frente. Já está mais próximo das Bermudas do que de nós. Os abonos dá ideia que foram propositadamente feitos ao contrário.
O vento não te ajudado nada os grandes.
Afinal de contas parece que dentro desta classe vai haver duas regatas: a dos pequenos e a dos grandes. Nesta classe, além da Sagres estão incluídos o El Cano, o Libertad e o Gorg Foch. Nenhum deles tem qualquer hipótese de ganhar a regata, só por um milagre. E com isso não se pode contar visto ser monopólio dos deuses.
A viagem tem decorrido muito melhor do que eu esperava, apesar de já se terem verificado certas desinteligências entre nós, até comigo, que me tenho por calmo. Bastanto calmo sim, mas sem paciência para aturar ninguém.
Presentemente estamos muito próximos das Antilhas.
A linha que demarca a derrota do navio, no mapa da nossa coberta, move-se vagarosamente. Todavia, contamos estar lá dentro de cinco dias. Era bom que fosse antes.
Amanhã há um ponto de Cálculos Náuticos, mas a disposição para estudar é quase nula.
Estou farto de ver e ler o material que trouxe.
Li três livros desde que embarquei: A Centelha da Vida, que achei bom, Cães perdidos sem Coleira, dum autor desconhecido que na minha escala ocupa o lugar de muito bom e o Livro de S. Michel, do Axel Munth. Este último excepcional.