Aviso aos navegantes

Tal como o Silva Nunes comunicou na onda “MUDANÇA DE BLOGUES”, foi criado um novo blogue, o “Água aberta … no OCeano II” cujo endereço é: http://blogueoc.blogspot.com/.

Este velho “Água aberta … no OCeano” congelou. Será mantido apenas como “arquivo”.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Uma personagem da nossa História

Todos sabem que Salvador Correia de Sá e Benevides reconquistou Angola aos holandêses depois da Restauração, mas não sabem mais nada da personagem. De um livro que recomendo vivamente, A Independência de Portugal, de Rafael Valladares, retiro um excerto onde se identifica e conhece a pessoa.
« Nascido em Cádis em 1602, filho do português Martim de Sá e da castelhana Maria de Benevides, Salvador pertencia a uma das mais antigas dinastias de oligarcas do Rio de Janeiro, o clã dos Sá, donos de inúmeras plantações de escravos e várias vezes governadores da capitania de S. Vicente. Chegado ao Brasil em 1615, em 1633 casou com D. Juana Ramirez de Velasco, uma mulher riquíssima e filha de colonos espanhois, natural de Tucuman. Residente naquelas terras, participou nas capturas de indios que os paulistas realizaram no Paraguai. Nomeado governador do Rio em 1637, assumiu uma postura de conciliação no conflito que opôs os colonos e os jesuitas. Que a sua atitude não foi do agrado de todos é algo que se deduz dos rumores que circularam dando conta da sua falta de entusiasmo para aclamar D. João IV no Rio, aclamação essa que só seria efectuada por causa da pressão dos jesuitas. O envio de um barco a Buenos Aires em Março de 1641, cuja missão nunca chegou a ser conhecida, fortaleceu a suspeita de que Correia de Sá continuava fiel a Filipe IV. Destituido do cargo de governador por ordem de Lisboa, Salvador dirigiu-se à metrópole e aí reconciliou-se com o rei, sendo de seguida nomeado para o posto de general das frotas do Brasil, aonde regressou em 1645. Três anos mais tarde protagonizou a reconquista de Angola, graças à qual as suas plantações americanas receberam uma grande quantidade de escravos, cabendo à coroa grandes somas de dinheiro. Até à sua morte, em 1686, Salvador oscilou entre o favor e a desconfiança, pois apesar de a sua fortuna ter crescido, os rumores sobre as suas simpatias por Filipe IV jamais o abandonaram.»