É preciso limpar o pó aos ATP's

O ano de 2006 começa mal. Primeiro a Rússia cortou o gás à Ucrânia, o que, noutros tempos, seria causa para uma guerra.Depois vem o Irão desafiar a comunidade internacional e ameaçar Israel, acreditando-se que procura obter a arma nuclear. Agora vem o Chirac dizer que usará os mísseis nucleares se a França for alvo de terrorismo patrocinado por qualquer estado.
Gestão de crises foi um conceito inventado quando acabou a guerra fria, mas não há memória de uma crise ter sido controlada de então para cá. Por isso é preciso atenção, porque os países aqui apontados são actores de outro gabarito.
No caso do Irão, vem à memória o que se passou nos anos oitenta, durante a guerra Irão-Iraque, em que a navegação no estreito de Ormuz e no Golfo Pérsico sofreu ataques de toda a espécie. Minas, misseis, lanchas rápidas, etc. Agora, se este diálogo de surdos descambar em retaliações, talvez a navegeção e o petróleo deixem de circular. É que o Irão, entretanto, comprou à Russia submarinos da classe Kilo, que são só os melhores subs convencionais do inventário. Muito silenciosos e operando em águas quentes, baixas, ruidosas e confinadas,são muito difíceis de detectar. Tal como as minas, basta ameaçar usá-los para lançar o caos na região.
Face a isto terá que ser posta em prática toda a gama de operações ASW e MW, com sério risco. Só que, para já, há um problema. As marinhas deixaram de treinar ASW porque estamos na era das operações de paz, do humanitário e do conjunto...É politicamente correcto e quem manda são os terráqueos.Por outro lado já há poucos navios, sobretudo caça-minas.
Moral da história: aquilo que se perde dificilmente se recupera e as opções estratégicas erradas muitas vezes pagam-se caro.